Sem olhar, sacudi-o, não sei que bicho me mordeu.
É como que uma saída clássica e simples, um fio
de esquecimento que nos prende ao algoritmo da vida.
Depois, caí da nuvem, sem saber porquê, e levanto, agora,
o braço, de veias acesas. Peço a vez para escrever
silêncios
mais compreensíveis, bem se vê, em verde Portalegre,
extenso, vestidos de perspectiva ternamente arrefecida.
Não há, pois, nunca houve, por aqui, ponto de vista,
passadiços de amor de estação e, como se começasse,
despeço-me do Verão, como se adiasse a desconstrução
do tempo e temesse o menear ou a amotinação de sombras
antigas. Um penúltimo e um último olhar memorizam a cidade:
um acto de alinhar os volumes, de organizar e limpar a
luz,
de ordenhar as cores, de apascentar a vontade…
antes
de atravessar o momento que renasce à flor da terra.
[sobrevoo]