Ao alheio redondo empertigamento, de passagem,
Um verso, como uma provocação gramatical,
Como uma frase fora do ponto, à margem,
Que me põe de parte e me leva aos poemas escondidos.
A soma nem sempre revela um mesmo total
E hoje, encontrei um novo lugar para ler a vida.
Estenderam-se as palavras a baralhar os seus sentidos,
Que são os meus e que podem ascender ao infinito,
O modo de ver-me no fundo.
No fundo, eu não estou lá, espalhei-me pelo mundo.
Como uma frase fora do ponto, à margem,
Que me põe de parte e me leva aos poemas escondidos.
A soma nem sempre revela um mesmo total
E hoje, encontrei um novo lugar para ler a vida.
Estenderam-se as palavras a baralhar os seus sentidos,
Que são os meus e que podem ascender ao infinito,
O modo de ver-me no fundo.
No fundo, eu não estou lá, espalhei-me pelo mundo.
É tão fácil comer a felicidade ou a própria fome
E saciá-la aparenta ser o que nos consome.
De que é feita a minha fome, a tua, a nossa?
Seremos escravos numa determinada imaginação,
Determinados sejamos para o não ser, sendo,
No golpe preciso do nosso coração.
Esqueço, simplesmente, a caixa, alheia, de apostas.
Esqueço a incerteza da divisão, nas minhas costas,
Como quem sustem a respiração para ver o fundo da água,
Ou o que há no seu fundo; ou como mergulhar sem mágoa
Na dor que é ser-se invisível.
Visível é o verso gramatical e formalmente incorreto,
Mas, variável e simultaneamente, sensível.
[miscelânea]
[04 de maio de 2022]
É o ficar por perto, a imediação, e estar. O poema deixa-me um misto de emoções tão boas.
ResponderEliminarbjks
A poesia é a alquimia das sensibilidades... que dá visibilidade, ao que até aí, ainda não tinha sido visto... pelo mesmo prisma, de quem a imaginou...
ResponderEliminarMais um poema com uma concepção admirável...
Beijinhos
Ana