quarta-feira, 23 de novembro de 2011

E hoje… (XVI)


     …Acordei, voluntariamente, desinteressado e pleno de vontade, minutos antes do toque programado do rádio-despertador, com o sentimento e a convicção de que era sábado. Um sábado, apenas, sem motivo especial, sem compromissos. Um dia de descanso. Sábado. Envolto nessa crença e em conforto, permaneci deitado, agasalhado e sossegado.

     O toque de despertar difundiu uma melodia, ao critério da estação de rádio, e umas palavras do locutor, que não procurei entender. Pensei, apenas, que teria desactivado, no aparelho e inadvertidamente, a função de controlo de fim-de-semana. Nada de novo. Contudo, um eco de “quarta-feira” repôs a realidade.

       Assisti ao romper da aurora, ao nascer do Sol e do dia.
       Desse ponto, vi estradas, caminhos, carreiros e atalhos;
       Observei o corrupio de vida, por entre neblinas e orvalhos,
       Desligado de preconceitos e de definições de morfologia.
       Consegui aí chegar e soube sair daquele lugar sem utopia;
       Não inquiri o fundamento dos pinheiros ou dos carvalhos.
       Só, por vontade própria, com sentimentos por agasalhos
       E a bondade e consideração de um acaso de meteorologia.

     Pensei na desnecessidade de medidas de tempo minuciosas na natureza.

     Felizmente há aranhas que conquistam tranquilidade, satisfação, ou simplesmente indiferença, na carência ou na abundância, enquanto outras tecem inveja, ressentimento e ganância.

       Esperam-me amigos, todos reais, genuínos.
       Não sei se conheceremos, verdadeiramente, alguém;
       Não me importa que não me conheça inteiramente, também;
       Não me preocupam quantos “eus” ou quantos destinos;
       Não me tumultuam as protecções de grandes ou pequeninos.
       Não invento simpatizantes ou seguidores de entretém.

     Numa iteração, luz verde, no propositado semáforo verde. Logrei avançar e preencher a rotunda de vários destinos, de várias fatalidades e sortes, com um rumo traçado e desejado.

     De regresso vi o pôr-do-sol, imóvel. Preenchi vários vazios durante o seu tempo de vida e abri outros, que unirei mais à frente.


9 comentários:

  1. Ler o que escreves, não sei porquê, sossega o tumulto que vai dentro de mim. Obrigada Tugazzar, por partilhares a tua sabedoria e a tua força, mesmo com quem não conheces.

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  2. Não sei que dizer mais uma vez. E teria tanto para acrescentar na parte dos amigos genuínos, nas malvadas aranhas que tecem inveja ressentimento e ganância quando o que só queremos é paz, temperança e amor. Um amor desinteressado e uma verdadeira e estranha empatia que só o próprio sente e ninguém ao redor percebe. Espero que não me aches um estorvo ou um incómodo por te comentar. Ou me queiras daqui para fora, mas se acontecer, desculpa estar a comentar suponho que posso por isso o faço. Um beijinho e mais uma vez não tenho palavras!

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  3. Depois de tudo o que já foi dito em cima, pouco mais me resta a dizer.
    Gostei, gostei especialmente.

    "Assisti ao romper da aurora, ao nascer do Sol e do dia."

    Irás assistir novamente a outro nascer do sol, não com a mesma dimensão do que viste, mas outra, diferente...

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  4. Olá! respondendo ao teu comentário claro que nos podemos tratar por tu eu não esperaria outra coisa até por dar mais jeito e te considerar amigo. Em relação a esta mudança pois vais ter um pouco de paciência comigo por favor porque nem sequer sei muito bem como isto funciona em pleno e nem sei se é possível responder aos comentários no próprio blog de modo a que os outros vejam que se lhes respondeu e também acho que ainda ando um pouco às "aranhas" porque devo ter feito alguma patetice a adicionar os amigos que me aparecem outros e os actuais não os vejo e diz que não tenho ninguém para seguir...Achas que por acaso me poderias ajudar. Já estou a ser uma chata. Desculpa e muito obrigada por me quereres contigo fico feliz e agradeço a visita e as tuas palavras. Beijo grande

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  5. Encruzilhada:


    De nada! Eu é que agradeço por partilhares o que sentes.
    Obrigado!

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  6. Noctívaga:


    Tenho muito gosto em encontrar-te por aqui e em poder continuar a deliciar-me com a tua poesia.


    Relativamente às questões que colocas sobre a plataforma:
    Em termos de funcionalidades e de interface com o utilizador, para a edição de posts, é mais pobre do que a do Sapo e a interface/editor para comentários é muito básica. Posso enviar-te umas dicas para poderes dar algum tratamento ao texto que escreves nos comentários (instruções de HTML).
    Se pretenderes responder a um comentário de alguém, deves dirigir-te à pessoa, no teu comentário. Não à opção para responder a comentário ou criar discussão sobre o comentário.
    As funcionalidades que mostram os seguidores ou pessoas que estás a seguir são lentas e não funcionam bem em todos os browsers (navegador de internet – o Internet Explorer, por vezes, arrasta-se). Mas em termos de gestão dos blogues (painel do blogger) é muito mais fiável e mais completa do que a do Sapo.
    Por outro lado, a vizinhança aparenta ser mais pacífica.


    Se necessitares de mais informações e ajuda, detalha.

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  7. És um doce de pessoa obrigada. Vou ficando como estou desde que dê para se ir escrevendo que é o que gostamos só que umas vezes aparecem-me as coisas outras não quem sabe um dia não regresso ao Sapo, não sei de nada de momento mas agradeço muito a tua disponibilidade e atenção és mesmo impecável. Claro que na vizinhança também é o essencial ter paz sobretudo que ninguém nos ache uma ameaça à sua sobrevivência só porque um dia tivemos o azar de ser solidários e querer ser um pouco mais, não muito, apenas um amigo para a vida inteira...Mas há gente que se sente ameaçada e se acha com "dono" enfim... Beijocas se quiseres apaga este comentário se for aborrecido. Obrigada mais uma vez.

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