quinta-feira, 27 de novembro de 2014

por uma brisa





é em casa que deflagra
a saudade da miscigenação
das cores que não puderam vir,
porque é assim a noite densa;
que combusta o mar extenuado
e as mirradas ruas se enxugam,
porque é assim que as horas gastas
expelem do útero um novo dia.
nas entrelinhas de silêncios
do regresso a casa,
perseguia-me a mesma brisa forte
e inquiridora que se anunciara,
por murmúrios e frio,
na padaria alegre e próxima,
que também é pastelaria de brio,
enquanto esperava pelo pão,
e bebia uma água mineral
natural gaseificada, fresca;
enquanto vocês, e algumas palavras,
entravam de forma arbitrária
(ou talvez não tão arbitrariamente),
na minha cabeça, e construíamos
histórias inusitadas,
depois de conferir, apressadamente,
num habitual calafrio e sobressalto,
se teria dinheiro suficiente.
não haverá, certamente, certeza.
talvez pretendesse, apenas,
companhia, a brisa.
mas ateámos a loucura,
que é semear bonanças
de amor e amizade.




3 comentários:

  1. Foto espetacular e pra quê dinheiro? se temos toda a brisa desse cenário... rs
    Gosto disso Henrique .
    mando abraço

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  2. [Se por uma brisa é assim...]
    A explorar novos caminhos, o poeta apresenta-se-nos como um ser Humano, no seu quotidiano. Apesar de possíveis contrariedades, desconfortos, distracções... Vai depositando a sua fé na Amizade e no Amor.
    Uma foto muito bonita e um Poema reflexivo e belo: espantoso, sem assustar!
    Bjks

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  3. Mesmo com vocabulário pouco usual, vejo grande talento. Parbens

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