sexta-feira, 28 de novembro de 2014

forças





o céu limpo é o meu tecto 
e perto 
irremediavelmente perto 
as ondas espraiam-se 
com o temor demorado de quem não se vai salvar 
talvez pudéssemos falar se te silenciasses 
se te escutasses um pouco mais 
mas a água das ondas apressa-se a regressar ao mar 
como uma enxurrada repentina 
e a noite surge já adormecida 
cansada de formar sulcos na alma 
como se esta fosse do mar a espuma 
e o mar uma relatividade quotidiana 
repleta de fórmulas complexas e mutáveis 

na vorticidade do desencontro 
teimo em desenhar sorrisos distraídos 
flores que também vejo felizes no outono 
algumas estrelas estereotipadas 
e corações gentis 




6 comentários:

  1. O lugar da fotografia é maravilhoso... desperta tranquilidade e calma...

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  2. A imagem é lindíssima, com tonalidades surpreendentes e o pescador, lá ao fundo,qual mosquito no meio da imensidão, completa o cenário!!!!
    Parabéns, também ao poeta.

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  3. vejo neste post um elogio e reflexões às contradições do Tempo...e do Espaço!

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  4. palavras delicadas e dóceis com um misto de nostalgia, mas que deixa esperança e beleza.
    a foto, como sempre, muito bonita!
    convida-nos a uma paz e serenidade.
    boa semana.
    beijo

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  5. Henrique,
    Mais um entre muitos que reflete palavras ternas. Este poema sinto-o adornado por uma ténue melancolia.

    A imagem é sublime.
    Ana

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  6. Maravilhoso ritmo das ondas que se vão e sempre voltam...

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