Ó motor elétrico, quase silencioso
– Digo eu de volante em punho –
Que me trazes a casa tão diligente,
Em explosões [eu] de raciocínio e gozo,
Agradecendo a planura da humilde estrada,
Que nos carrega, tão indiferente.
Ó motor elétrico, quase como se fosses meu,
E eu quase me esqueço de ser ateu.
Ah, acelerações suaves, progressão decidida,
Que sonho lindo de viagem utilitária.
Se não vamos a tempo de salvar a Vida,
Salve-se o Verão e a postura gregária.
Ecologia. Ecológico dentro de ecológico.
Fantasia. Quase esqueço o dia ilógico.
Consigo ouvir pensamentos em negrito:
-Que merda, com ares grife e pingente chique!
-Credo! Regurgito, regurgito!
-Não sei se chore, se vomite! Se vá ou se fique!
-Que bonito, que bonito, que bonito!
-Que é isto!? Não acredito…
Ouço de tudo e entrego-vos a uma Nossa Senhora;
Ou à salvação a que vos quiserdes entregar, e se aplique;
A um mantra poderoso, ou a uma ladainha protetora.
Denunciem-me. Denunciem-me, até que acredite.
Entretanto, eu, faço o resto do caminho a pé,
O veículo não me sobe as escadas, nem por fé.
[miscelânea]
[03 de agosto de 2021]
Um poema forte!
ResponderEliminarAbraços.
:))
ResponderEliminarQue viagem! Creio que estará, de certa forma, associada, ou será uma pequena provocação, à nova suspensão do teu blogue. Tentei aceder, no início de agosto, e não foi possível. Escreveste por aí, twitter (?!), que tinha sido bloqueado.
Independentemente de motivos, ou suposições à parte, ou do que outros/as possas ouvir, gostei de te "ver" sair do trilho. Gostei do poema.
Bom fim de semana!
Bjks
Ah, eu digo: Que bonito, que bonito, que bonito!
Eliminar:-)) Não haverá veículo elétrico que passe por mim, nos próximos tempos, sem que eu pense neste teu formidável poema...
ResponderEliminarAdorei!!! Beijinhos
Ana