sábado, 14 de julho de 2012

Dia de ilusão


Dia de ilusão
ou
No centro de nada



A distribuição ténue.
Carrego a lua
No centro da rua,
Essa lua gasta
Que de tanto se agasta.

Rua sem sentido,
Em lágrimas lavada
E, por lágrimas, pisada.
Lágrimas vertidas
Por gentes sentidas.

O esquecimento delgado,
Delegado que foi o bem-querer,
Relevado para um passado de ser.
Passado que foi à fonte
A caminho do derradeiro monte.

Por trás desse monte se esconde o Sol,
Confiado que foi ao seu destino,
Encoberto por uma nuvem sem tino.
De conjugar o verbo amar, nuvem cansada,
Sem tempo, entoação que ficou no centro da estrada.

Nessa estrada onde o amor se encontra,
Nesse lugar no centro de nada,
Nesse nada que se malfada,
Nesse malfadar que se dispersa,
Nesse dispersar que se conversa.

As mãos, que realmente tocam,
Onde só elas sabem tocar, sem restrição,
São as mãos de um dia de ilusão.

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