terça-feira, 3 de setembro de 2013

enquanto o rio dorme serenamente




fico em silêncio
na minha memória hesita uma certeza
que me afaga sem pressa
e me esboça uma ponte

no meu céu paira um pouco de cinza
os meus olhos acolhem os cinzentos
no abraço à serra queimada
onde eu tinha tantas palavras
onde encontrava tantos sentidos e afectos

um pouco mais ou menos de mim
fala desde o chão que também perece
dos sonhos que também querem existir
sabemos que por vezes é demais
e que por vezes somos de menos
que as medidas podem ser alusivas
na folia dos axiomas absortos
mas neste manancial de términos
encontro as minhas origens



5 comentários:

  1. É uma tortura olhar a terra queimada. Seca-se qualquer coisa por dentro.

    Abraços

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  2. Talvez a terra queimada seja o reflexo de tantos corações queimados pela incerteza da vida, dói ver o cinzento que fica as vidas quebradas pela insensatez
    beijinhos

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