aveiro | portugal |
fiquei por esta ilha
quando perdi a propulsão de uma ilusão
no tempo de um espaço
julgava nada saber sobre os súbitos milagres
supondo que a pele deixara de ver
sob o jugo dos pensos rápidos
que abafavam ineficazmente as ondas sonoras
das feridas vivas no fulcro da solidão
conhecedor de que vivemos de engano em engano
tinha descoberto que também sentia medo
que este se envolvia no meu corpo
e que por vezes me provocava calafrios
sem a plausível fundamentação
no mais puro anonimato
e que terminavam na aterradora certeza do isolamento
nos recantos mais inóspitos do meu corpo
pelas leis da natureza numa certa natureza
a ilha é o que mais importa agora e sempre
e esta tem variavelmente uma melodia que me serena
como um corpo a sussurrar a outro corpo
e assim como as noites diluem as sombras
eu não suporia voltar àquele conjunto de palavras
e de silêncios que me transformavam num segredo
mas ainda estava a estender-te a mão
[a ilha]
quando contamos os pensos rápidos que o corpo já suportou, muitas vezes descobrimos que foram eles que nos fortaleceram, e existe sempre mais um espaço para carregar mais alguns, pois proteger a pele das lesões também é deixar de viver, bjs
ResponderEliminara mão que se estende
ResponderEliminare só recebe silêncio
a ilha que se torna ainda mais no silêncio
imposto
ou por vezes procurado.
bom fim de semana.
beijo
:)