Não sei onde estás.
Como que te senti de alguma forma, com qualquer coisa;
com a clarividência de uma noite de insónia e a extravagância
da aragem. Num gesto, num gosto, num cheiro, doces.
Chegas-me como um novo conceito de realidade,
Chegas-me como um novo conceito de realidade,
num reflexo conhecido, e tocas-me para reaparecer
nas sombras da memória, que de mim se alimenta;
que em mim se demora; que não consegue abrir os olhos
à chegada da luz; que não quer reconstituir a história
quando
esta se torna inevitável, mais nítida: uma imagem recuperável.
É sabido que, em certas horas, tudo se confunde e amalgama
em coisas banais, como coisas banais, para preencher os
espaços
vazios entre as palavras, assim como entre as linhas, da
vida
que nos esqueceu e que quase só murmuramos para dentro,
por dentro, no milímetro quadrado da precária intimidade.
[sobrevoo]