Há poemas que não tem fim, que não se deixam concluir,
e que partem, sem partir, ainda com as raízes dentro de
nós;
que nos deixam a olhar para o horizonte, como quem procura
que nos deixam a olhar para o horizonte, como quem procura
o amor ausente, um qualquer horizonte, mesmo que um
horizonte
confinado ao tecto onde despontam os bolores da
habitação;
que nos tocam o transcendente do odor e dos sons das
imagens
que se debatem para adquirir os contornos que deixaram de
ser
concretos e que vivem no limiar da realidade e dos
sentidos;
que adquirem a forma de uma melodia familiar e antiga,
difusa,
mas como que intrínseca à exactidão e à certeza da
existência.
São, sobretudo, os mais ruidosos e reproduzem-se no nosso
silêncio.
[sobrevoo]
Assim como algumas pessoas. Lindo!
ResponderEliminarBjks
E haverá poemas... que conseguem verbalizar tão bem, os bolores da alma... porque a incerteza e a insatisfação, fazem parte da alma humana... numa dimensão, por vezes interminável...
ResponderEliminarMais um trabalho fantástico... com uma temática... que daria pano para mangas, como se costuma dizer...
Beijinhos
Ana
Conheci seu blog através do blog da Helena, o "Caos". Gostei e estou seguindo...
ResponderEliminarEste texto me deu uma sensação boa de partida, poie é exatamente isso que sinto com relação aos textos que escrevo; parece que me deixaram e lembro sempre deles assim como lembro de minha mãe, meu pai e amigos que partiram. Lindo, lindo demais! Não sei se me expressei bem, espero que sim.
Abraços!