sexta-feira, 2 de junho de 2017

Um outro poema sobre fantasmas



Quando os fantasmas não têm a certeza da nossa existência, 
ganhamos a transparência fundamental e a consistência da névoa 
a pairar num obscuro e impensável despropósito de vida. E, 
nesses instantes, podemos vê-los plasmados numa solidez de dúvida; 
eriçados, em torrente, até à mais profunda convicção de si próprios; 
imbuídos em suor e vóltios que gemem uma melodia acidental; 
mesmo à nossa frente e numa qualquer superfície que, mais ou menos, 
espelhe, para que, a nossa imagem, atravesse a nossa memória. 


 [sobrevoo]



4 comentários:

  1. Quando olhamos os nossos fantasmas de frente estamos a um passo de os vencer.
    bjs

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  2. E quando finalmente encaramos os nossos fantasmas... é quando a nossa consciência, finalmente nos dá a consistência, que até aí nos faltaria...
    Prefiro que os meus fantasmas tenham medo de mim... do que eu, deles... :-D
    Eles que continuem no seu mundo... de preferência sem perturbar o mundo, dos que querem apenas viver...
    Um poema interessantíssimo, Henrique... este, de nos confrontarmos com nós mesmos... por vezes...
    Beijinhos
    Ana

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  3. Gostei
    (cheguei aqui pelo link no blogue da Ana Freire)

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