Muitos decepcionam-se com a ria, com os seus canais
urbanos, e eu não 
os censuro. A decepção é um substantivo esquisito, que
existe para perdermos 
o movimento. Mas, talvez estejam a vê-la por fora,
apenas, e é preciso esperar 
que se abra; é necessário que os olhos não fiquem
suspensos, ou fixos, 
no seu espelho, que nos espelha, ou na sua aparente, mas
nossa, imobilidade; 
é necessário investir uns sinceros instantes de atenção
para sentir a retribuição 
amorosa da sua alma profunda, generosa, tolerante,
compassiva e serena. 
Os encantos da ria têm os seus próprios tempos, as suas
distintas dimensões 
e os seus símbolos peculiares, que nos visitam as profundezas
do cérebro 
e do espírito, muito além da sua participação plástica,
alegórica ou decorativa 
na cidade que se lhe entrega para complementar o real de
felicidade. 
 [sobrevoo]
Nunca ninguém se sente no seu pleno, feliz
ResponderEliminarLindo texto
Beijo e uma excelente semana
A contemplação pode levar-nos a um estado de admiração e felicidade, a ver para além do superficial.
ResponderEliminarA forma como dispões as palavras, cortas os versos e conduzes a acção é cativante.
Bjks
Adorei ver a ria... através do teu belíssimo poema... ou melhor... entendê-la!...
ResponderEliminarBeijinhos
Ana