sexta-feira, 24 de julho de 2015

no desabrigo


[serra da arrábida] estuário do sado | setúbal | portugal




umas senhoras conjuram a sapiência do acidental 
para ludibriar a rigidez da delinquência do estio original 
que há muito deixou de afagar para apertar 

caminho sobre uma melodia progressiva 
e alternativa numa passagem abrupta 
no preciso local onde a ilha faz uma curva 
e trafica os sentimentos e os modos 

as vagas rebentam nas palavras que nascem 
atrás dos pensamentos dos medos que crescem 
como muros para além do trémulo conhecimento 

basta-me olhar para o horizonte 
enquanto o sol se despe 
para regressar satisfeito 
para sentir o carinho da terra 

deixou de haver futuro? 




[a ilha]





3 comentários:

  1. O mar é um bom lenitivo.
    Futuro? O futuro é agora.

    Bom dia, Henrique. :)

    ResponderEliminar
  2. E assim ' limitemos a contemplar o mundo/encontrarás desfeitos os caminhos / e diluídas todas as certezas.'
    O futuro ? incerto poeta incerto.
    Belíssima a foto da pedra junto ao mar_ muito linda!
    deixo abraço

    ResponderEliminar
  3. Não. Não deixou. Mas só se alcança quando ele muda de tempo. Belo poema Henrique. Um abraço!

    ResponderEliminar

Obrigado, pelo seu comentário!