quinta-feira, 31 de outubro de 2013

fecho os olhos lentamente







sonhei-te um dia
uma vida
numa vida de sonho
e eramos nós num sonho só
num sonho de muitos
tantos sonhos
as árvores sonharam também
e mesmo as folhas de sonhos perenes
também caiam por terras de sonhos
e passaram e passam os dias em tribulação
vi muitos sonhos e coisas
o gosto de recordar os sonhos
quando os sonhos restam
para além dos choros e dos sofrimentos
e vão-nos morrendo
também os sonhos
e na lápide um sonho
é um conflito até ao último suspiro
a imortalidade
sim
morremos
aceita o sono e o sonho
os sonhos ficarão para as crianças
e para os seus filhos
e para os filhos dos filhos
num sonho não há absurdos
a existência acrescenta sonhos ao sonho
para poder continuar a sonhar
e dura enquanto o sonho vive
e vive enquanto o sonho dura
por vezes encaixamo-nos nos sonhos
sem referências
e estes em palavras que não existem
contudo
palavras de sonho
e ficamos
assim
abraçados
sonho no sonho
e em braços que não são
e nos silêncios de ambos e de todos
mas há sonhos e sonhos
a vida é um sonho que existe dentro de um sonho
onde morremos se deixarmos morrer a memória
e morremos em todos os dias de sonho


    

4 comentários:

  1. Sonho ou realidade? Prolonguemos o sonho e talvez a realidade fique melhor. :)

    Beijinhos Marianos! :)

    ResponderEliminar
  2. Olá, Henrique.
    No fim, só valerá o que sonhamos.
    Bom feriado!

    ResponderEliminar
  3. Sonhar...ainda saberemos fazê-lo?

    ResponderEliminar
  4. Maravilhoso trocadilho em que o sonho é vida e vida é sonho e ambos poema e poesia.

    ResponderEliminar

Obrigado, pelo seu comentário!