quinta-feira, 6 de abril de 2017

Isagoge


Encontro, no elevador, parte do perfume que se cruzou 
comigo no passeio. É um perfume sem rosto e, contudo, 
tão gentil, como se existisse para alimentar a minha luz 
interior e não fosse um rastilho de vóltios para um drama 
que a linearidade do outono não entenderia na primavera, 
nesta sinopse verosímil de primavera de possíveis ângulos 
de observação desdobrável. Porém, quando o elevador range 
a evocação de um deus devorador de perfumes que geram 
emoções sob fascínio do anonimato, o dia regressa à vaga 
do fado feito de múltiplos e pequenos pormenores imprevistos, 
os perfumes evaporam e o dia precipitar-se para o encontro 
inevitável e repentino com o escritório à beira da loucura. 


 [massivo]



1 comentário:

  1. Quando o encanto do dia... se perde na realidade... da balbúrdia e correria...
    Como sempre, uma tradução brilhante em palavras...
    Bjs
    Ana

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