Terão nome, os meus olhos
que entregam os sinais de primavera?
Serão janelas
por onde entram o declínio da luz,
as imagens dos contornos,
os medos dos pássaros,
ou o furtivo dos gatos?
Sou um pouco mais do que eles,
os meus olhos,
que são os de quem, por bem, os procuram,
sílaba a sílaba,
em espirais de palavras voadoras,
os versos.
Poderão ser espelhos que eu não vi,
os olhos, os meus.
Talvez neles consigam lavar as mãos
ou deixar a dúvida que balbucia a chuva
dos olhos, dos meus olhos,
onde sonho os dedos, os meus;
onde acendo o corpo, o teu.
[sobrevoo]
Serão os olhos espelhos da alma... e a poesia também...
ResponderEliminarMais um poema incrível! Parabéns, Henrique!
Beijinho
Ana