quinta-feira, 3 de maio de 2012

Contraluz

     
     Assomam-se! Espreitam! Sob a luz difusa de um candeeiro de azeite, de bronze muito baço, dançam sinais que cavalgam símbolos ancestrais de afectos, vestidos com palavras que não são só palavras, em sonhos abandonados, que não são só sonhos.
     
     Sem ausência ou a gozar férias. Sem necessitar ou fruir de um período sabático. Sem amuo. Sem a perda da inspiração, ninguém perde o que não tem. Sem ver à luz ou a Luz, ou aquela luz, apenas a luz… Olha para o abismo de baixo para cima. O abismo tem outros abismos, e outros abismos o contêm. Há muito que descobrira que a consonância não era uma mera coincidência na sua vida...
     
     Subiu! Subiu como quem sobe pela luz, pela própria luz e voa. Abriu a porta. Entrou. Apagou a luz.


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