Os flamingos vivem no seu instante perpétuo, um
equilíbrio irrepreensível que ampara o céu e segura
a água onde nascem palavras que cheiram a mar.
Digo, em sussurro, para mim, como quem acarinha,
como quem acredita: estou bem, acontece poesia.
Os meus nomes correm nas costas do vento que sei
da ria vagarosa e que nasce em cada ser que a vê:
tão fácil, tão pura, tão frágil, tão interior e palpável,
onde Aveiro se aninha para que a possam amar.
Mas, não desta forma selvagem, num bloco de betão,
onde a ferida fala e a convalescença diz o último olhar:
vou ficar bem, na espessura das sílabas de um sorriso
de espécie vertical e permanente, da família subtil,
um brilho que se sente e senta bem dentro e verde.
[miscelânea]
Mais um poema de excepção, que diz tanto, sobre a cidade que tanto te inspira... e que adorei descobrir, e apreciar!
ResponderEliminarBeijinho
Ana
Podes não te considerar um poeta, mas és (para mim, és!).
ResponderEliminarBjks