domingo, 4 de novembro de 2018

Leve




A luz ténue vibra com a metáfora da azáfama dos sons dos pássaros. 
Repouso Mendelssohn, o dia pede Vivaldi, mas acordo o Chopin, 
que acorre, com a refinação do piano, aos múltiplos cantos da casa 
e à alegoria de uma hipotética presunção que apascenta nuvens. 
Um «bom sentimento», como um «bom proveito», ou mesmo 
um «bom apetite» e o tecto cada vez mais longe e menos branco. 
Não sei como será a chuva e o frio que me esperam na rua, 
ou como será a voz do vento de hoje e quantos quotidianos trará. 
Os dias começam sem o acaso de um prefácio, mas com a possibilidade 
de um resumo meteorológico impreciso e de um desejo de bom dia: 
Tem um dia leve e feliz! 


 [miscelânea]



2 comentários:

  1. Só posso dizer, que também levo esta leveza comigo... literalmente!... :-)
    Uma verdadeira pérola poética! Grande momento, Henrique! Parabéns por esta extraordinária inspiração!...
    Beijinho
    Ana

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  2. Espero que, também, tenhas tido dias leves e felizes. :)
    É lindo, Henrique!
    bjks
    :)

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