Respiro o novembro preciso que o chão de Aveiro exala.
Aparentemente, todos querem ver coisas, ver-me coisas;
coisas, todos querem dizer-me coisas, que não respiram.
Eu escrevo coisas, coisas que se transformam em coisas.
Escrevo, no estendal, como quem estende a tarde,
para que ele não perca, já com a sua figura imprecisa,
com linhas titubeantes, visíveis, apenas, para manter
a ilusão, como que um certo conforto de aparência.
E são, agora, as cordas que conduzem as palavras
às coisas escondidas, ou que já não se podem ver,
e é o que não se pode ver que me define, que me definha.
[miscelânea]
Este estendal... de pura inspiração... está formidável, Henrique!...
ResponderEliminarSempre a surpreender!... Mais um belo momento poético... estendido ao mais alto nível!...
Beijinho
Ana
É um movimento lindo, de coisas que se sentem no intrincado agradável e intenso destas palavras. Gosto do poema!
ResponderEliminarBjks