segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Convergência


Aceito, sem designação, a existência.
Mas não existem legendas para o que sinto.
Desconheço os motivos e se existem instruções,
Qualquer previsão ou antevisão de diligência
Para atingir as realidades tácteis, que pinto,
E para o cemitério repleto de ilusões.
As palavras choram enquanto despem emoções.
Choram letras de um alfabeto maior,
Que flutua em meu redor,
Com símbolos de quem se desconhece significações
Num espaço que medeia a aparência
E a relatividade da prudência.
Deveria soterrar os meus enganos,
Numa anuência,
E declarar e insolubilidade dos planos.

Perco o movimento.
Percebo que as palavras sonham de pé,
E que os sonhos também perdem a fé.
Hoje, não vi o mar, mas vi o discernimento
Que consegue realizar o irrealizável de um sentimento.

25 comentários:

  1. Penso ser bom aceitar assim a existência, mas não perder a fé porque os planos podem ser sempre limados ou alterados e o sonho comanda a vida e a vida é sentimento, e o sentimento é que nos move e pode fazer do irrealizável realizado.
    beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Uma parte da fé dos nossos sonhos, senão toda, está algures em nós, num ou em vários sentimentos e apontam sentidos que o discernimento, por vezes, corrige, bem ou mal.
      Beijinho

      Eliminar
  2. Os sonhos perdem a fé?

    :)
    O sonho comanda a vida, e se sonhamos é porque temos fé que haja um dia em que o sonho se torne realidade.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Há sonhos que perdem a fé.

      :)
      E agora, na hora de dormir, estou a encorpar sonhos que um dia irão ver a luz do Sol (espero!)

      Eliminar
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  4. Olá, Henrique. Penso como tu que de tanto sonhar e esperar os sonhos acabam a perder a fé. Mas ela é como a fénix e teima em reinventar-se e renascer e assim voltamos a sonhar e a ter esperança. Adorei as três primeiras frases do poema. Também ainda há um tempo dizia que não sabia das "instruções" que me compunham. Magnífico o teu poema. Espero não deixar por aqui os meus micróbios infectos :) Temos que levar a coisa na "desportiva" não é? E não é essa a intenção, deixar ar pesado aqui, mas sim deixar um ar puro e votos de boa semana e muito obrigado por seres meu amigo. Beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Verniz Negro!
      Convergimos, assim, no pensamento. Obrigado!
      Beijinho

      Eliminar
  5. 'Rike, olá!
    Adoro a sensibilidade que transmites com as palavras. Entendo essa existência sem nome e a falta de legendas. Nem todos os sonhos devem comandar a vida, ou não para sempre, para isso existem novos sonhos, com uma fé renovada.
    [Andas arredio. Não vais dar este blogue por concluído, certo? Alinhas num desafio?]
    Bjo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. [Li, de novo!]
      Um abraço e beijinho!

      ACORDA!

      :)

      Eliminar
    2. (Desculpa, Vera!)

      Eliminar
    3. Não sei se desculpo... Laura... Eh! Eh! Eh!
      Eu junto-me ao «ACORDA!»

      Eliminar
    4. Eh! Eh!
      Obrigada!
      Nota-se que és amiga dele, que o estimas e conheces.

      Eliminar
    5. :)Nota-se, principalmente pela cara... Digo isto e assim porque eu tenho, mesmo, mau feitio e um "humor característico"...
      Embora não o veja há algum tempo, conheço, sou amiga e prezo muito. E ele não se vai aborrecer, fica tranquila (se é isso que te preocupa!).

      Eliminar
    6. «mau feitio e um "humor característico"...» Eh! Eh! Eh! Andas, estranhamente, comedida... Vera!

      Vera, Laura: Agora é que estou quase a dormir.

      Eliminar
  6. É, pelo menos de certa forma, um poema de amor. Gosto da aceitação, sem designação, da existência e do reconhecimento de que, por vezes, não existem palavras para o que sentimos. Do reconhecimento de que se desconhece o futuro, sabendo que por boas intenções já muitos padeceram. Gosto das palavras que choram enquanto se desnudam e do chorar ininteligível. Gosto da resolução e reconhecimento dos enganos. E então paramos, percebemos que as palavras sonham de pé, firmes. Temos a consciência de que existem sonhos que se desvanecem e, apesar de não vermos a vastidão, vemos de modo claro através dos sentidos que é possível realizar coisas inimagináveis, como os sentimentos e a sua concretização. Gosto do teu sonho, um poema lindo.
    Um beijinho.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bom dia!

      Eliminar
    2. Convergi...
      Bom dia! Um sorriso!
      E votos de um bom fim-de-semana!
      Um beijo.

      Eliminar
    3. Obrigado, pelo comentário generoso e presença assídua!
      Um sorriso! Bom fim-de-semana!
      Beijinho

      Eliminar
  7. incrível mesmo estas palavras!
    para o meu momento...emocionante!

    ResponderEliminar
  8. saudades das tuas palavras
    beijinhos

    ResponderEliminar
  9. Pronto arranjaste aqui uma concentração também me junto ao ACORDA, agora só quero ver se o soninho continua

    ResponderEliminar
  10. hoje venho com um pano do pó, vi por aqui uma teia de aranha,
    tem um bom fim de semana
    beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Luna, agradeço, imenso, a presença, a generosidade, a simpatia e (em jeito de brincadeira), a limpeza. Para além de parecer uma capricho, a ausência, criou-se, pelo menos em mim, um momento divertido, que me desanuviou.
      Obrigado!
      Um bom fim-de-semana! (Sem «acordo» ortográfico, eu! [:)])
      Beijinho

      Eliminar

Obrigado, pelo seu comentário!