quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Serenidade

Num acto de reflexão,
Não de contrição,
O passado é apenas um fio,
Com muitos nós;
As rochas do paredão sussurram
Abnegação e bem-querer,
Num sinal que descodifico com alegria,
E sorriem.
É um sorriso que desbloqueia um mundo!

A vida vulgar prossegue igual,
O letreiro remete-me para o fim da fila.
Só nos meus devaneios é que a ria fala
Ou ri
E só neles o faz e apenas para mim.
A vida poderia ser um acto de amor contínuo,
Longe da senda parasitária.



14 comentários:

  1. um belíssimo poema!
    também acho que o passado é apenas um fio com muitos nós
    esta estrofe é muito bela e verdadeira.
    um beijo

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  2. Os sorrisos debloqueiam o mundo, sem dúvida!

    Beijo de bom dia Tugazzar!

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  3. Perece um resumo do 'Rike que leio, em textos, poemas e comentários; que conheço, reconheço e admiro, do humor ao recato. Tudo e todos falam contigo, de alguma forma. Até o Chico lá de casa está a aprender a gostar de poesia (e de lavar a louça).
    Um poema enorme! Apodero-me dos teus termos.
    Beijocas!

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    Respostas
    1. Creio que o Chico aprenderá mais facilmente a gostar de lavar a louça.
      Obrigado, Vera!
      Beijinho

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  4. Afinal, a ria não só <a href="http://aurorar.blogspot.pt/2012/08/a-ria-sorri.html”>sorri</a> como, também, fala e ri! (Ainda que nos teus devaneios! Estou a recordar-me de um teu comentário em jeito de brincadeira.)

    Adoro o poema na totalidade. Leio-o como um acto de ponderação, a identificação do passado na sua justa medida. Os seres de pedra que afinal possuem o querer, a humildade e o sorriso, e que este te alegra e te liberta. A vida rotineira que aponta o fim e a fila ordeira, que se anemiza com os devaneios/sonhos. Sim, a vida poderia e deveria ser um acto de amor contínuo.

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  5. Talvez se a vida fosse um acto de amor continuo não valorizasse-mos tanto o amor, pois passaria a ser banal e os sorrisos não nos tocariam da mesma forma, e talvez não se procurasse a ria para a escutar, o passado é um fio com muitos nós e alguns laços, mas faz de nós as pessoas que somos hoje.

    beijinhos

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