sexta-feira, 2 de novembro de 2012

E hoje… (XLIV)


     … A cefaleia mói suavemente, roça, em dor branda. Creio saber que não há forma de recuperar um dia, mas há forma de redesenhar o próximo procedimento, reprogramar a rotina e evitar a falésia adjacente ao registo esquecido numa base de dados analógica.

     Um engodo de vida que se esquece e passa ao largo. Contratempo.

     Por outro lado, sei que as estrelas e a lua estão nos seus lugares, apesar de não as conseguir ver, ocultas pelas nuvens, que, também, não se vêem, ocultas, por sua vez, pela escuridão. E é com esta certeza, de que existem coisas que, mesmo quando não as vemos, sabemos que estão, lá ou cá, que fico sereno.


8 comentários:

  1. fantastico profundo e misteriosamente humano....

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    1. Eh! Eh! Sim, misteriosamente humano!
      Obrigado, Ricardo!
      Um abraço

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  2. assim é, não é porque não as vemos que não existem ou não as sentimos, e por vezes de fortes que são temos a certeza que estão lá ou cá.
    beijinhos

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  3. É o teu sentido prático e de auto-motivação que emerge do marasmo do dia-a-dia, onde transformas o que foi ou poderia ter sido em palavras que cativam e abraçam, quando não nos mostras a "tortura" e o lado menos bom da vida.
    Há coisas ou pessoas que estão presentes e/ou existem mesmo quando não estão visíveis. Não abandones a tua generosidade, 'Rike, mas, contudo, atenta a quem está, mesmo.
    Bom fim-de-semana! Um beijo!

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    1. Generoso, e amável, é o teu comentário!
      Bom fim-de-semana!
      Beijinho

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  4. As dores de cabeça e os engodos da vida (muito próprios destes dias de «romaria» aos cemitérios, por exemplo)são igualmente horríveis. Depois há a zona de conforto e a esperança, que nos conferem serenidade. Gostei!

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