nas nossas conversas parecia que tudo poderia ser
reescrito.
elas tinham os contrastes do gosto dos morangos frescos
e o efeito de um analgésico de longa duração.
as nossas conversas uniam as noites aos dias com luz
própria
e apagavam dos dias e das noites as sombras descabidas.
a linguagem deitava-se docemente para nos servir os
sobressaltos
e os sossegos, que se alimentavam nos abraços e beijos
das palavras que tinham o mesmo sentido e sentimento.
nas nossas conversas trocávamos as horas e delas fazíamos
desejos
tão humildes, mas onde cabia o mundo e havia sempre um
caminho,
ainda que não se pudesse trilhar; ainda que o tivéssemos que
corrigir.
não existiam pecados nas nossas conversas, tudo era
salvação e horas
de suspiros, de arrepios, de respiração, de olhares e de inspiração.
eram maios de janelas abertas por todo e para todo o ano
e suponho que, não sei bem quanto e bem onde, ainda o são…
[livro aberto]
Um "pecado" seria deixar este poema sem um comentário de apreço: é sublime, Henrique!
ResponderEliminarBjks
acho que este poema está muito bem escrito, além de ser terno e belo.
ResponderEliminargostei muito!
bom final de semana.
beijo
:)