terça-feira, 19 de maio de 2015

tristeza apertada








eu não sei se é justo falar-vos da tristeza 
ou se é justo querer despedir-me dela, 
que tanto testemunhou os meus dias, 
muitas vezes à distância. ou era eu, em estranheza, 
que não queria ver a sua face circunstancial? 
não sei se é justo perguntar-lhe pelos motivos 
ou sobre o que foi feito da simples razão. 
que podemos fazer um pelo outro, afinal? 
eu não sei se não é justo não a salvar. 
que desculpas nos poderemos dar? 
não sei se nos pertencemos, 
se nos devemos fechar ou abrir; 
sermos mais ou sermos menos. 
por vezes, creio ver nela o que de mim resta 
e sou eu o que resta dela, na conspiração 
dos estados, dos elementos e da dita. 
mas, talvez a tristeza seja a cama húmida e fria 
que aguarda por uma janela aberta… 





 [livro aberto]



2 comentários:

  1. a foto é de esperança.
    a tristeza existe, pode ser breve, pode ser duradoura e magoa sempre.
    não devia existir é certo, mas quando vem temos de saber aprender alguma coisa e tentar dissipar a dor que possa causar.
    o poema está bom, e eu gostei!
    boa semana (sem tristezas)
    beijo amigo
    :)

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