olhava para a dor da escrita do código do amor,
a ondular à superfície da pele e da folha de papel
como uma miragem a ajustar-se ao dossel.
depois, ergui os olhos e vi a serra a agigantar-se
num súbito horizonte, onde as grandes e as pequenas
perguntas se espalhavam pelas encostas, em cantilenas,
ambas tão cheias do bolor das paredes e dos tectos
da expectativa alheia, entre coordenadas de
acontecimentos.
prossegui o caminho, no sentido contrário ao sol e
eventos.
não me serviu qualquer tempo, nem o próprio vento,
e a chuva, ocupada, acariciava o tojo de mãos erguidas.
as borboletas diziam-me: «olá!» - em alegrias repetidas,
e eu alegremente lhes ofereci o meu passaporte,
enquanto procurava o meu oráculo. mas eram as pistas
do sol que vinham esconder-se em mim, optimistas.
por vezes, encontravam-se com as pistas da lua, também
em mim escondidas. em breve eu estava de partida.
esperavam-me poemas moribundos a duvidar da morte e da
vida;
versos sem salvação que vinham em auxílio da redenção;
poesia à procura de melhor sorte que a do tempo já
contado.
e eu tão fora e tão dentro de mim, tão leve e arejado…
[livro aberto]
Uma belíssima foto acompanhada de um poema a condizer.
ResponderEliminarBeijos, Henrique. :)
Nao consegui decidir se o poema é triste ou feliz... mas estar tao leve e arejado é bom, nao?
ResponderEliminarCom esse horizonte, é de ficar-se, realmente, em êxtase.
ResponderEliminarSinto o poema num tom reflexivo, contemplativo, de alguém que acolhe e oferta pensamento e sentimentos.
Bjks
estamos sempre a partir
ResponderEliminarestamos sempre a chegar
assim como a imagem que se entrelaça no poema
assim como as palavras sentidas
boa semana.
beijo
:)