sexta-feira, 8 de maio de 2015

não sou eu que perco o tempo, é o tempo que me perde






não há palavra silenciosa. é sexta-feira. 
já acordei, tomei um duche e abracei o cansaço, 
que não me repudia, e engulo o dia incerto 
com anúncios nas bermas, como um laço. 

tu nunca estás em silêncio dentro de mim. 
cruzo-me com desconhecidos descontentes, 
um ou outro sonho aquecido ou abandonado; 
nuvens, chuviscos e esgares que passam indiferentes. 

as vitrinas estão cheias de razões, mesmo na pastelaria. 
são essas razões que me reflectem sem rosto, 
enquanto tomo o café como se fosse uma anestesia. 

há tempo para uns sorrisos ao acaso, com alegria, 
e alguns de caso pensado, porque a noite não é eterna, 
e a vida é um processo impregnado de ousadia… 



 [livro aberto]



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