aveiro | portugal |
antigo não
é mais do que o futuro do presente
que à falta de epítetos aparto cuidadosamente
dos poemas que se vão assomando convulsos
para se deixarem cair sobre um qualquer papel
e entrarem no profundo turbilhão de raciocínios
que os afasta do singular carácter da poesia
as pessoas têm-se esgueirado furtivamente
para os elevadores como sombras estreitas
e assumidamente clandestinas e volúveis
no quinto andar somem-se para o interior
de habitações mergulhadas no ranger das portas
que se fecham imediata e instintivamente
resta-me a ilha emersa num profundo afecto
os dias são agora estranhamente mais curtos
e a dimensão da ilha vai dependendo da maré
e da luz que que vai havendo por estes dias
por vezes muito frios para a altura do ano
ou então sou eu que já não vejo os milagres
[a ilha]
Estes são dias repletos de poesia. :)
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