terça-feira, 29 de setembro de 2015

diário






olá seis da manhã e promessa de um novo dia 
avanço pelas palavras adormecidas enquanto leio 
o outono transitório e o seu recheio 

sem pequeno-almoço o céu ainda dorme 
o acordar ainda me rói o sonho de despedida 
e a ilha como eu está erodida 

as palavras acordam excitadas 
mas não há tempo para sólidos fonemas 
que possam jorrar verbos líquidos entre poemas 

o que eu digo ou escrevo não tem que mudar o mundo 
que mundo que excitação que céu que seis da manhã 
quando se chega a esta hora em que a hora fica vã 

chamam-me como quem pergunta quem sou 
sou memórias que não se explicam fisiologia 
meninice amor poesia 




[a ilha]



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