espinho | portugal |
quantos ou que braços mereço?
as asas que me libertam são a minha prisão
um custo sem preço
o poema regressa a razão do amor
e no corpo que penso nasceu-me uma ilha
sem fronteira e em mares de poesia
que nenhum espelho reflecte
no vórtice do vértice
os lábios denunciam o véu do verão
a natureza toma o meu corpo em contínuo
instalam-se as árvores repletas de aves
pululam os formigueiros
há cavalos no meu peito
borboletas na barriga
toda a sorte de animais
mares céus plantas
serpentes que pastoreiam ideais
mas o poema não é suficiente
aquém e para além da contabilidade das palavras
e regressa ao corpo para ser também natureza
[a ilha]
A natureza que rodopia na mente e coração em formal de um pôr de sol em olhares de cristal
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