sábado, 12 de setembro de 2015

o último a chegar paga o café


coimbra
parque manuel braga | coimbra




sou pois um poeta subjectivo 
um sentimento não impresso 
não me encontraste em qualquer livro 
pois não tenho residência permanente em nenhum 
tenho andado e ando por aí com eles 
por vezes eles uivavam 
entro neles ou penetro-os 
parto com eles 
parem comigo 
vivo neles e através deles 
e eles em mim 
os livros 

e entre o que vivo e esqueço 
o que fica guardado em mim 
ou um súbito anotar de palavras 
há uma viagem prefixo de tempo e espaço 
a metamorfose de uma ilha 
e mais livros 
um rio que escorre a sociabilidade subtil 
sou um autor imaginário 
a invenção do meu personagem 
a pairar na sobretarde 
folhosa 



[a ilha]



2 comentários:

  1. Na densidade da "sobretarde folhosa", talvez, a reinvenção do poeta.
    Bjks

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  2. Anarquizando Espanca, "tens enfim um astro que flameja, e garras e asas de condor"...

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