Um novo ano precisa
de pulmões, aliás, precisa de todo um corpo… 
Pode não ter pés,
mãos… Mas necessita de uma cabeça e de um coração. 
É-lhe necessário o
silêncio. E a imaginação, porque: se não conseguir ver, 
conseguirá imaginar
toda essa hipótese da realidade, a probabilidade 
das cores, a
contingência dos espelhos, as múltiplas formas dos afectos… 
E, se não conseguir
ouvir, conseguirá sonhar a invasão da possibilidade 
dos gemidos, a
eventualidade de um beijo, a casualidade dos sorrisos… 
Sobre tudo, um novo
ano, dispensa olhares, palavras ou gestos hostis. 
Depois, é só sentir-lhe
o irresistível balbuciar de existências e cada um 
seguir com a sua
própria, socorrendo, eventualmente, outras, no implícito 
e secreto negociar dos
dias, dias a fio, onde, talvez nos possamos perder 
de novo. 
 [massivo]
Um novo ano... para ser vivido com cabeça e com coração... no implícito e secreto negociar dos dias...
ResponderEliminarAdorei a forma como tão bem o traduziste em palavras...
Beijinhos
Ana