terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fortuna


Não poderás ler nas minhas mãos a sorte
De tão vazias
De linhas esguias
A minha sina levou-a o vento norte

Das minhas mãos o desejo apenas
Que é o desejo de todo um corpo
Permite-me que saia absorto
Da página e sem penas
Nem sequer fico na margem
Leva-me a aragem

Por mais do que uma noite e um dia
Mais do que um mero querer mundano
Mais do que unir o nosso corpo humano
Eu quero unir a nossa luz e a nossa energia
Na dimensão do desengano


13 comentários:

  1. Não sei que dizer. Belo. Todo ele mas o fim. Essencialmente o fim.

    ...Por mais do que uma noite e um dia
    Mais do que um mero querer mundano
    Mais do que unir o nosso corpo humano
    Eu quero unir a nossa luz e a nossa energia
    Na dimensão do desengano.

    Acho que o amor se resumirá a isto. Beijinho. Uma boa noite

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  2. Falta-lhe a etiqueta «amor».
    Essa é a fortuna: Sem sina, à margem e noutra dimensão.
    Bjks

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    1. Vera, a etiqueta descolou-se... [:)]
      Obrigado!
      Um beijinho

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  3. Li, pensei, ponderei, reli...
    A figuração das mãos, o corpo, a página e a união da energia e da luz, para além do físico, deixa-me fascinada.
    Para mim e muito honestamente, Henrique, não por cortesia ou para te motivar, apenas: É arrebatador e sublime. Muito, muito bom!
    Um beijo.

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  4. Tenho de concordar com a Vera, falta-lhe a tag amor.

    Um abraço!

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  5. [Um poema de deixar os cabelos em pé! Hahahaha! Ou arrepiado! :)]
    Focando-me no que é importante, não podia deixar de te dar os parabéns pelo excelente poema!

    PC Rocha

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    1. Um obrigado impecavelmente penteado e sentido!
      E um forte abraço

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  6. Eu interpreto o teu poema de uma forma diferente dos outros comentários e possivelmente diferente do que quiseste transmitir,no entanto vejo uma carga muito forte de amor não do amor dos sentidos onde parece que algo se encontra perdido no tempo e no espaço, mas o amor que vive no universo que é sublimado não pelo toque,pelos quereres, mas por laços que não dão nós que sabem entender ou sentir mas sem apegos, uma entrega total de energias que se conhecem e cruzam sem magoar o coração.
    acho este um dos poemas mais lindos que te li com uma suavidade tocante mas ao mesmo tempo com a força do universo.
    beijinhos

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    1. Luna, é uma interpretação muito próxima do que sinto e quis transmitir.
      Obrigado!
      Beijinho

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