segunda-feira, 20 de maio de 2013

Escassamente eu


laguna/ria de Aveiro


Há pequenos rebentos de palavras que abrolham,
Absortos, e que vêem para além da linha do horizonte.
Rogam pela naturalidade do verbo,
Alimento das coisas simples e libertas,
Como um punhado de sonhos e a Morte,
Por entre as folhas caídas de um poema esquecido
E dentro do labirinto permanente e persistente
De alheios arbítrios e aspirações,
Formadas por argila amassada e doutrinas.
Mas não passam da rua vagante, inflexível
E intransponível às concepções de veículo.
Transporto coisas acessíveis à minha simplicidade,
Sou apenas eu, precisem ou não precisem.



10 comentários:

  1. Henrique,
    Aprecio o seu poema requintado e, simples.

    Sofisticado de palavras e, simples de sentimentos.

    Um laço poético de mim para si.

    Ana

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    1. Olá, Ana!
      Obrigado! És sempre muito benévola e muito cortês.
      Um enorme laço poético!

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  2. por vezes a simplicidade não é tão simples assim.
    um poema, maduro e muito profundo, para quem o lê nas entrelinhas.
    um grito onde as palavras se guerreiam.
    gostei muito.

    uma boa semana.

    um beijo

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    1. A simplicidade, como tudo, é absolutamente relativa, concordo.
      Obrigado!
      :)
      beijinho

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  3. é importante encontrar essa simplicidade dentro de nós, ou a criança que levamos em nós e por vezes nos esquecemos, a partir daí se alguém vier que venha por bem que os braços estão abertos os outros tem também o direito de escolha, não se pode agradar a todos
    beijinhos

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    1. Creio que a humildade e a simplicidade são fulcrais, a origem, assim como a porção de criança que todos temos, em conjunto com a consciência de que existimos e de que nem todos estão ao nosso lado, o caminho. Mas sem temer ou hostilizar quem não pensa, não gosta, não crê, não vê... Como nós, a caminhada/viagem. Isto tenho sempre presente. O resto são os ventos, as temperaturas, as chuvas, o Sol, a Lua, os acidentes, os sorrisos, os abraços... Os condimentos da vida, vida que é o conjunto dos afectos.
      Obrigado!
      beijinho

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  4. O mais simples é sempre o mais belo porque é verdadeiro! O teu poema é profundo e reflexivo. Gostei bastante.

    Beijinho

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    1. E a verdade é redentora, e potencia a felicidade!
      Obrigado, Sandra!
      beijinho

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