quarta-feira, 8 de maio de 2013

Fundamentação


meia laranja



Uma notícia sem temas
E, num corredor, as promessas mudas,
As realidades desnudas,
Uma e outra em morfemas,
E pequenos poemas.

Passei ao teu lado,
Com um sorriso rouco,
Com um sorriso louco,
Perante o teu olhar alheado
E acompanhado.

Coração repartido,
Eras tão grande que não cabias na Lua,
Na minha vida que era tua,
E eu noutra margem, sumido,
Em poemas de amor assumido,
Avanço para a rua.

E nem distante, nem próximo, o deserto.
O sol-poente desperta-me da dormência
E dessa factual ciência,
Em que muitos aparentam saber o que é certo,
A constatação do rumo incerto.



14 comentários:

  1. É nas incertezas que, de fato, moram as nossas supostas certezas. Bjs.

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    1. O grande Machado de Assis! Sinto-me um humilde aprendiz.
      Obrigado, Ricardo!
      Bem-haja!

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  3. "E eu na outra margem, sumido, (...) Avanço para a rua."
    Parece-me um ato de coragem, quando, sumidos, avançamos.

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    1. Sim, por vezes, aparentemente, seria mais fácil, e "justificável", permanecer inerte ou na inércia.
      Obrigado, Célia!
      beijinho

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  4. O poema é lindo... mas nao consegui pensar em mais nada olhando para essa foto... me imaginando sentada nessa areia, quieta... olhando esse horizonte...
    Beijos...

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    1. A vista do horizonte, desde esse lugar, embora obstruída parcialmente pelos paredões da entrada da barra, é inspiradora, apaziguadora, relaxante...
      Obrigado, Frida!
      beijinho

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  5. certo ou errado?
    que importa!
    o errado pode certo e o certo ser errado!
    um poema de incertezas e sorrisos e palavras estranguladas
    um belo poema!

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    1. Tudo é tão relativo, na verdade!
      És muito gentil! Obrigado!
      beijinho, Piedade!
      :)

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  6. Que beleza, Henrique!
    Imagens lindíssimas a desnudar sentimentos.

    Beijinhos

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  7. Quem sabe qual é o rumo certo...lindo poema!
    Um beijo.

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