num impacto repentino que, por vezes, me transpõe e por
mim flui.
um mistério de fome desperta que sorri silenciosamente e
evolui
para uma forma de palavras que escorrem na pele, em
ampliação;
uma conclusão salina que se forma sem necessidade de
definição,
para, de novo, regressar ao mar de sentimentos, que te
possui.
fica o sal na pele, em espera, e ganha corpo de frase que
se intui,
enquanto descrevo a lenta entrega do molhe prolixo à tradução.
sorvo as sendas e horizontes de letras nos lugares da tua
pele provisória,
conduzo as mãos em escolhas que te acariciam e percorro o
teu jardim
como se, nessa empresa, te guardasse para os dias de
ausência obrigatória.
o meu conforto é o espaço e o tempo que a paz ocupa em
mim;
palavras que me despem em poemas que me desenham a
memória,
num acervo amável e suave, a condição de dizer que te amo
assim.
[o significado do silêncio]