a partir da cruz alta, buçaco | portugal |
uma onda começa a formar-se no ulmeiro
e espraia-se até onde a vista deixa de alcançar,
no horizonte do tempo que mantém o espaço
suspenso e o olhar pendente e embrulhado na bruma;
uma onda para abraçar as ondas do mar e pentear
a fragilidade das ervas na espessura de um silêncio.
a noite começa a escorregar pela serra, em direcção à
praia.
os meus olhos procuram os ângulos do ângulo rebelde
do corpo da palavra amor. respiro o movimento da onda
e entendo a debilidade do ar onde habitam as palavras.
há uma coerência incerta que chama por mim
e que me pede para, se poder, levar pão.
abracei-te, naquele tempo verbal que medeia o «agora»
e o «já»!
[o significado do silêncio]
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