vê as coisas pelo lado positivo,
são coisas que cabem no silêncio:
o mesmo sol, praticamente;
sensivelmente, o mesmo mar;
mais ou menos, a mesma areia.
mas, eu estou diferente,
mas, eu estou diferente,
sentado na máquina do tempo.
para trás ficaram os meus poemas,
repletos de longe e de sítios imaginários
que se perdiam pelos dias transitórios,
a distribuir silêncios, olhos e afectos.
mas não aprisionei as palavras,
que brincaram ao quase existir,
ao quase tocar, que é: caber por sorte;
produzir um som; ter um ponto
de contacto; dar um sinal…
para trás ficaram os dias, como os meus
poemas, tão repetidos, que são, também,
a distância, que não voltaremos a alcançar.
ainda há tempo, ainda que seja um último
poema. há folhas em branco, espaços
por preencher ou por revelar, sangue…
e a circunstância do amor.
[o significado do silêncio]
(As circunstâncias podem ser tramadas! :) ...Indo ao encontro do teu sentido de humor.)
ResponderEliminarA foto mostra uma natureza ao Deus-dará e encontro no poema uma tentativa de ordenar a natureza sentimental e racional, onde o silêncio é um ato contemplativo, talvez, e ponto de partida para a ação.
:)
Deixar o amor para trás dói.
ResponderEliminarBeijos, Henrique. Belo poema e bela foto, como sempre!