sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

leitura




as palavras manifestam um certo espanto. 
quero ler-te devagar. quero ler o teu corpo 
demoradamente e entender os sinais. 
ler os pêlos, as pregas, os poros… e viajar. 

este espaço é exactamente o planeta Terra, 
onde tento contrariar o efeito da gravidade 
com a gravidade dos afectos, meditadamente, 
e a noite instala-se nas tuas sombras e formas. 

solta-se a ternura no caudal do inverno. 
o carinho tem uma melodia, uma textura, 
um odor… que se envolvem no abstracto, 

afloram o concreto num movimento eterno 
e devolvem o interno e a sua loucura. 
leio-te, e sob a pele eu sou, de facto. 


[o significado do silêncio]


5 comentários:

  1. Uma leitura empolgante que nunca deixa insensível.
    Muito belo!

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  2. Que foto e lugar perfeitos...

    Henrique, venho lhe desejar o mesmo, festas movidas pelo amor, pela generosidade e carinho junto aos seus, que seu Natal seja de paz... e que o ano que se inicia seja para vc um ano bom, de positividade, de renovaçao...

    Abraços...

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  3. ler um corpo.
    muito sensual.
    gostei muito!
    a foto é muito original.
    beijo
    :)

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  4. Um corpo (uma alma) é para ser lido sem pressas.
    Belas palavras para não menos bela fotografia.

    Beijos, Henrique. :)

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