Enquanto a sombra não cresce em direcção ao céu,
reduzido [eu] à insignificância da minha espécie e embrenhado
na anarquia de vida que aqui regurgita, apesar da seca,
explode-me o olhar sobre a imagem trémula das planícies,
de onde medra a luz e o próprio calor, que trava a
respiração.
Nasço, uma vez mais, em milhares de palavras de serra,
da serra de São Mamede, como se aqui tivesse nascido e,
também, aqui nascesse o mundo, ou a sua pele, durante
todo o dia. E é a serra que (embora possas discordar ou
desgostar) põe o sol em movimento sobre todas as coisas,
como Portalegre, que se junta de mil pedaços, numa mesma
imagem viva. A cidade une os gestos da paisagem cerebral,
assim como os meneios e a oscilação da paisagem física,
e compõem a imensidão de paz, que é a nossa alma comum.
[sobrevoo]
Lugares que te dizem tanto... e que tão bem traduziste neste poema...
ResponderEliminarHá lugares assim... que se traduzem em paz... e que simplesmente se nos colam à alma, sem pedirem licença...
Mais um poema teu, que adorei descobrir!
Beijinhos
Ana
Ou a serra é mágica, ou tu a tornas mágica... Mas todo o poema é magia, fascinação.
ResponderEliminarBjks