quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Meia parte




Início de cor, na evidência da velocidade da sombra,
repleto de ciência, debruado na inércia da maré,
visto de cima, passado o sono: abre-se a imagem.

A um silêncio de um pão, para serenar a fome,
pousou a ria, com um não, num gesto singular,
fixando as águas positivas em toda a sua geografia.
Nas pupilas, guardou as objectivas e a gravidade
da câmara, com um cerimonial vaporoso, em flor,
minuciosa, sem dúvida e com sal, enquanto levedava
um voo de prosa e outro de poesia, no meu corpo
de pássaros rosa-simpatia do tempo das nuvens.


 [sobrevoo]



4 comentários:

  1. palavras que nos podemos identificar ou nao, mas sao murmurios do poeta que deixa o seu eu planar como o voo de uma gaivota.
    bjs

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  2. Mais um poema teu, que é sempre maravilhoso descobrir e admirar... como uma flor... onde cada palavra é uma pétala... e onde cada parte... é essencial ao todo...
    Bjs
    Ana

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