Na fronteira da área de uma meteorológica conversa,
poderia dizer-te: cá se vai andando, um poema de cada
vez. E esqueceríamos o júbilo das latitudes onde a poesia
não
se diz, nem a depressão do seu mais pálido e estranho
reflexo
se vê. Mas deixemos o enfadonho rumor e delírio dos pressupostos.
Vamos além das fotografias. Ou entremos nelas,
na imobilidade fulgurante das suas imagens,
sem, contudo, trazermos, ou perturbarmos, a sua
inércia esparsa, vestida de técnica estética.
O verão chegou ao canto das minhas costas
e, voluptuosamente lento, não encontrou saída;
circundou-me; encarou-me; fixou-se num punhado
de sentidos e desenhou formas de transfigurar
os sentimentos dos meus mais fundos nervos.
Acendo-te a minha luz, uma evidência, para que entres
por baixo da minha pele. É possível afugentar a morte.
[sobrevoo]
E que venham muitos mais poemas e que nos falem bem dentro, que nos permitam entrar em nós mesmos. Lindo, Henrique!
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