poderia viver só do olhar, naquele que é o gesto
de nos olharmos mutuamente nos olhos, onde
nos aninhamos e escorremos como as gotas de água
nas vidraças dos prédios insuficientes para albergar
o delírio do peito desarrumado, muito antes
da chegada das mãos laboriosas que incluem
aquilo que a vida teima dispersar por capricho.
olhos nos olhos, soltamos todas as palavras
de êxtase e paixão, que terminam os silêncios
da noite e determinam os seus ruídos, com
ou sem luz, nas sombras da audácia e da sorte
das viagens pelos nossos relevos e lonjura.
[palavras relacionadas]