promovidas pelas diferentes gotas de água
que encontraram sempre o mesmo destino,
lenta, lentamente, transformaram a gruta
num sumptuoso palácio. abraço a alegoria,
a primeira, num abraço fraterno e conclusivo.
para aqui chegar: percorri vários caminhos,
tempos vários; diversos espaços, e cores, e sons,
e cheiros, e gostos, e texturas, e temperaturas;
diferentes pessoas, tão distintas ou tão iguais;
múltiplos animais e vegetais. abri e fechei tantas
vezes os olhos, bocas, mãos, braços, portas, janelas,
livros. vivenciei histórias, suspirei, ri, chorei, falei,
calei, li, escrevi. amei e voltei a amar, algumas
vezes. sou e estou diferente. muito do que escrevi,
e que ainda existe, perdeu-se nesse trajecto.
ajudou-me a chegar aqui. proporcionou-me
percursos, atalhos, carreiros, avenidas, vias
rápidas e foi transporte, abraço, sustento.
algumas estruturas são rudimentos simples,
e/ou ingénuas e/ou pobres e/ou frágeis.
são memórias que não se deixam alterar,
que alguns julgaram, por vezes, ser para si
e outros nunca chegaram a saber-se ali.
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Identificação total no poema. Poema espelho.
ResponderEliminarBelíssimo Henrique.