A ria perdeu o espelho
E a cidade brilha, lavada pela chuva,
À margem de um decreto que impõe, apenas,
A primavera, que se esconde,
Ou tarda a chegar.
Eu, que não posso soltar um grito,
Enquanto conto e estou e não estou,
Sinto-me parte do meio,
Sinto-me parte do meio,
Uma ilha flutuante, ancorada.
Tudo é tão profundamente simples,
Tudo é tão profundamente simples,
Lá fora;
Tudo é tão simplesmente intrincado,
Por dentro.
O confronto de razões e sentimentos
Em equações de espaço, tempo e distância.
Os apelos rejeitam a oscilação,
Na procura de uma cura;
Os recursos declinam, pela inércia,
Na busca de um conforto.
Há máximas impraticáveis ou incompatíveis.
Quem vive com um Sol e uma Lua, dentro,
Vive o dia por inteiro, e mais o emprestado,
Vive o dia por inteiro, e mais o emprestado,
Na ânsia de multiplicar o tempo,
Quando o tempo é apenas o tempo que se dispõe.
Somos estruturas frágeis que, vez ou outra, precisam de reparos. E alimentamos inúmeras interrogações ao nos construirmos. Abraços!
ResponderEliminarA precisar de uma grande reparação (eu). Desculpa a brincadeira!
EliminarTambém creio que assim é!
Obrigado, Marilene!
abraço
Todos brilhamos e todos temos um lado lunar. É esta fragilidade que torna a nossa estrutura tão cativante.
ResponderEliminarBelíssima reflexão!
Beijinho
Sim, e que cativa para além da linha espaço/tempo.
EliminarObrigado, Sandra, és muito gentil!
beijinho
O sol e a Lua, lembra-me a dualidade da vida, mas nessa dualidade sempre temos de fazer escolhas se +preferimos viver luz do dia irradiados pelo sol ou no negrume da noite olhando o prateado no mar que a lua projeta em ambos os lados se encontra a renovação, a vida é simples mas nós complicamos porque não deixamos a nossa pequena criança interna decidir
ResponderEliminarbeijinhos