Vou junto ao canal, que aparenta estar adormecido,
Numa madrugada eterna e só, dormente,
Como só parece a ria, dentro deste caminho.
Esta é a minha melhor desculpa para caminhar só,
Entre o cheiro a pão quente, que se propaga,
Nesse início de caminho que me há-de levar... Não sei onde.
E como uma sombra do campo, transparente,
Coração que marca o tempo, deste tempo louco,
Que me define nessa entrada em contratempo,
De um compasso que me descompassa,
Permitam-me repousar aqui,
Sem saber como.
A luz mostra o fim da metamorfose de sombra da cidade;
A extensão imprecisa de uma linha que distribui oportunidade;
O trilho húmido do rocio que acaricia a vegetação.
Desaparecem, lentamente, os sinais de restos de um festejo
Popular, e reavivo um festejo, em mim, denso, constante,
Gravado, sem a importância do «quando», ou «até quando».
Aqui existiu uma muralha compacta e larga,
E um forte, que nos protegiam dos saques dos afectos
E das investidas dos seus espectros.
As cicatrizes da minha pele podem prová-lo.
Hoje existe natureza, moldada por mãos artífices,
Nem as dores da juventude, nem o Dassiano, sabem porquê.
'Rike!
ResponderEliminarSaio da minha concha (e dos mails que não respondes :) Andas muito ocupado nesses "passeios", é o que dá!...).
O "Chico", que existe, manda dizer que estás muito lamechas e manda um abraço! Eu, que também existo, tenho um ombro amigo (mais do que o ombro, estou inteira!), e gosto de te ler.
Onde, como, quando e porquê (? Quem)... E consegues fotografar o "Titanik" (III) no cais dos Botirões, com polícias a passar multas!
Bjks
Vera,
EliminarBastante ocupado, de facto! «É a vida!...»
Uma análise minuciosa, e silenciosa, (a tua). Por outro lado, [:)] entre o cais dos Botirões e o cais dos Mercantéis, com o laço ao fundo, há um onde, sem saber como, até quando ou, exactamente, porquê. E muito humor.
Um abraço para o respectivo Chico e para ti!
beijinho
e agora como faço para te comentar se fiquei retida no pão quente, até o cheirinho chegou aqui pareço quase os bonecos dos desenhos animados levitando e a ser levada pelo aroma do pão quente até ao pacote de manteiga.
ResponderEliminardesculpa mas foi o que saio, a culpa é tua
beijinhos
Esta é a minha rua preferida em Aveiro:) Desenhei-a e pintei-a em garota quando andava no 2º ciclo, veja lá! Ainda guardo isso religiosamente:)numa pasta com os meus desenhos dessa época!
ResponderEliminarbelíssima composição,poderoso cenário para imagens delirantes!
ResponderEliminar