não sei se por fingimento predatório ou se por genuíno pudor,
os pássaros escondem o bico debaixo das asas quando
penso
na geometria do teu corpo. generosa natureza, que não lhe
criou
arestas! apenas os mistérios e os abismos, encantatórios,
das suas
curvas, dos seus cheiros e sabores, do seu calor e
textura,
onde me perco em aventuras que sonho mesmo acordado,
em qualquer lugar, e mapeio-o, como um cartógrafo antigo,
deixando espaços em branco que tentarei preencher mais
tarde.
fico, novamente, a olhar para o ponto indefinido onde
foste corpo
que os meus dedos, se pudessem, conseguiriam explicar. sei agora
que os silêncios também sabem abraçar e beijam; como os meus
olhos
te puxam para dentro de mim, mansamente, para te poder aclarar.
[elipse]
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