por onde entravam a luz e o ar. um ponto
de partida e de chegada de cores, de odores
e de viagens, que se poderiam confundir
com a realidade. fragmentos de um tempo
magnífico que seguia a constância dos relógios,
mesmo quando esta era posta em causa
por mecanismos imperfeitos, avariados,
ou, simplesmente, cansados. através delas,
aprendi a deformar o tempo e o espaço,
para abreviar o fuso horário, encurtar
as distâncias e dar corpo à matéria:
a invenção das elipses, em sistemas
que gravitam em mim e se expandem
como que em múltiplos abraços de inclusão.
algumas das elipses, desse e deste tempo,
correspondem a imagens glamorosas
de uma certa perspectiva do perfil
de espirais sobrepostas, ou representam
figuras de estilo, embutidas no poema
como se fossem pedras preciosas, ou,
também, atalhos circunstanciais.
continuam a ser janelas e imaginação.
continuam a ser janelas e imaginação.
uma certa ideia de janela.
[elipse]
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