sábado, 3 de setembro de 2016

quarto





o quarto é uma representação acessível de um certo mundo, 
com tudo o que possa conter de organização, de inflamável, 
de bélico ou de pacificador; de belo ou assustador. nele cabem 
todas as entrelinhas que podem falar das vidas que nele habitam 
com o intuito de as ocultar. é um destino de solidão, o ponto 
abstracto do sossego, para além de todas as reuniões, festas 
e batalhas que nele se tenham travado, travem ou venham a travar, 
tingidas de noite ou de dia. diz o que não se diz, com espaços 
em branco, ainda quando se pousa a cabeça na cama, por vezes, 
sobre uma almofada a servir de peito, ou quando o peito não o é. 
ou, pensado bem, não é nada. ou seja, é apenas parte da imaginação. 


 [elipse]




2 comentários:

  1. Uma bela definição do lugar onde nos deixamos levar pela imaginação... seja em sonhos, em afectos, receios ou desilusão...
    E a imagem... é um reflexo disso mesmo... vivências... que tiveram o seu tempo... e que sempre têm o seu próprio tempo...
    Um post que nos faz reflectir... também sobre a vulnerabilidade da nossa existência...
    Beijinhos! Passando por aqui... e aproveitando enquanto tenho Net... a espreitar alguns dos teus posts mais recentes...
    Bom fim de semana!
    Ana

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